Compositor: Andrés Calamaro
Meia Verônica acorda
A Lua lhe incomodou
Pela janela aberta
Chegou uma carta na entrada
O cântaro se rompe
E a fonte se secou
Decidirá o que fazer
Quando acordar totalmente
E apagar com a mão
O que ontem escreveu com o cotovelo
Veremos
Se a crônica Verônica reage
A Verônica metade
Tem muito pouca maldade
Mas está cansada de esperar
Meia Verônica está quebrada
Não tem muitos anos
Mas lhe fizeram machucaram
Tomou as dores do riso
Mas não tem pressa
E ri muito pouco
Não saberá o que fazer
Quando não sopre mais vento
Não sabe distinguir
O amor de qualquer sentimento
Quer viver
Uma vida diferente cada dia
A Verônica metade
Está na flor da idade
Mas está cansada de esperar
Na janela há uma nota
O pássaro não voa
Tem as asas quebradas
Meia Verônica lamenta
Que o tempo se consome
E o resto não conta
A vida é uma prisão
Com as portas abertas
Verônica escreveu
Na parede com o estômago revolto
Nada a ver
Não haverá flores na tumba do passado
A Verônica metade
Diz sempre a verdade
Mas está cansada de esperar